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Genebra Seguros
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O fortalecimento regulatório amplia a confiança no setor de seguros e estimula a adesão a produtos, sustentando o crescimento do mercado.
A Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) projeta uma expansão de 8% do mercado de seguros em 2026. Essa estimativa considera os diferentes segmentos, exceto a Previdência Aberta que, segundo a instituição, não dispõe de parâmetros suficientes para cálculo.
A projeção mais alta é para o Seguro Garantia, estima-se que o produto terá um crescimento de 12,1% no próximo ano. A expectativa é de que aumente a demanda por Garantia Judicial, devido à entrada em vigor do Marco Legal dos Seguros, à Reforma Tributária e ao investimento de R$ 1,7 trilhão previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) até 2027, dentre outros fatores.
Priscila Andreis Pinto, especialista em seguro garantia na Genebra Seguros, explica que esse “é um mercado em alta expansão diante dos investimentos em infraestrutura, fomentado pelos contratos públicos e pela facilidade mercadológica do produto. Há muita competitividade de taxas e condições contratuais, de modo que boa parte do processo ocorre de modo digital e é automatizada.”
Logo em seguida, estima-se um crescimento de 10,2% para o Seguro Habitacional, relacionando-se ao aquecimento do mercado imobiliário e à elevada intenção de compra, especialmente por consumidores da Geração Z. Entre janeiro e setembro de 2025, o produto registrou uma alta de 12,2%, o que representa uma arrecadação de R$ 5,9 bilhões, impulsionado pelo lançamento do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
Já para o ramo de Seguro Transporte, as estimativas também são boas. A alta projetada é de 6,6%, como consequência da expansão do comércio eletrônico e alta demanda de logística. No Brasil, o Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga (RCTR-C) é obrigatório para transportadores rodoviários, bem como o Seguro de Responsabilidade Civil por Desaparecimento de Carga (RC-DC) e o Seguro de Responsabilidade Civil do Veículo (RC-V). A combinação desses três produtos cobre o veículo, em caso de acidente, a carga, em caso de roubo ou furto, e possíveis danos causados a terceiros.
O Seguro de Automóvel, por sua vez, possui uma projeção de crescimento de 7,7% em 2026. A sinistralidade se manteve estável em 2025, com o aumento das vendas principalmente de veículos elétricos e híbridos. Espera-se que esse aumento fortaleça a demanda por seguro auto.
Em 2025, o setor segurador brasileiro registrou expansão de cerca de 6% apenas no primeiro trimestre, apesar de um cenário econômico marcado por instabilidade e juros elevados, segundo CNseg. No mesmo período, os pagamentos de indenizações, resgates e benefícios somaram R$ 131,7 bilhões, um aumento de 11,4% em relação a 2024. A desaceleração da arrecadação foi influenciada principalmente pela queda nas contribuições dos planos de Previdência Aberta, que também apresentaram retração significativa na captação líquida, enquanto a preferência por aplicações conservadoras e mudanças regulatórias no IOF sobre aportes em VGBL devem continuar impactando o desempenho desse segmento.
A arrecadação total em segmentos de danos e pessoas, vida e planos de previdência (VGBL/PGBL) tem sido impulsionada por maior consciência sobre proteção financeira, aumento da longevidade e incertezas em relação à previdência pública. Esse dinamismo é sustentado por um ambiente regulatório mais moderno e transparente, notadamente por iniciativas da SUSEP e do CNSP, que flexibilizam produtos e estimulam inovação, além de avanços tecnológicos que aumentam eficiência e contribuem para a ampliação da base de segurados.
Quanto ao Marco Legal dos Seguros, Pinto explica que ele “reforça o sistema jurídico próprio do setor, consolidando com maior clareza as regras, os direitos e os deveres dos consumidores, evitando contradições normativas entre SUSEP e CNSP.” A especialista acredita que a nova lei, que entrou em vigor em 11 dezembro de 2025, também contribuirá para o crescimento do setor. “A consolidação legal é um reconhecimento de uma necessidade mercadológica, socioeconômica e cultural, visando não só dar mais segurança jurídica às seguradoras, mas também aumentar a confiança do consumidor (pessoas físicas e jurídicas) na contratação”, afirma.
Entretanto, o setor enfrenta pressões de maior judicialização dos contratos, gestão de sinistros e desafios atuarial-tributários em produtos emergentes, como seguro de vida universal, exigindo gestão de riscos, compliance e estratégias sustentáveis para manter a trajetória de crescimento.
Diante desse cenário, a confiança no setor de seguros se consolida como um fator estruturante para a expansão do mercado. O fortalecimento das políticas regulatórias, conduzido principalmente pela SUSEP e pelo CNSP, tem ampliado a credibilidade das seguradoras e reforçado a proteção dos consumidores. Esse ambiente regulatório mais robusto estimula a adesão a produtos securitários e sustenta a inovação, criando condições para um crescimento consistente.
