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William Anthony

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O transporte de cargas é espinha dorsal da economia brasileira, com cerca de 75% da produção nacional escoada pelas rodovias. Nesse contexto, o seguro de transportes desempenha um papel fundamental ao proteger mercadorias em trânsito, mitigar prejuízos e dar segurança para que empresas movimentem bens pelo país.

Segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), os seguros de transporte de carga movimentaram R$ 6,12 bilhões em prêmios em 2024. O total de indenizações pagas pelas seguradoras no período foi de R$ 3 bilhões, cifra 6,1% acima da registrada em 2023. Para 2025, a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) estima crescimento de 11,5%, o que demonstra a importância econômica do seguro de transportes, segmento que acompanha as profundas transformações do mercado, impulsionadas por tecnologia, novos riscos e inovações na forma de contratar coberturas.

Tendências tecnológicas no seguro de transportes

As principais tendências no seguro de transporte de cargas no Brasil giram em torno da digitalização, automação e uso intensivo de tecnologias avançadas. Seguradoras e corretoras têm investido em Internet das Coisas (IoT) – sensores e dispositivos conectados – para monitorar cargas e veículos em tempo real. O uso de rastreadores e sensores IoT possibilita acompanhar a localização e as condições das cargas instantaneamente, com mais transparência e segurança, o que ajuda a prevenir perdas e danos e permite uma resposta rápida em caso de incidentes. Essas tecnologias geram um volume enorme de dados. Com análise de big data, torna-se possível avaliar riscos de forma mais precisa e personalizar apólices de seguro conforme as particularidades de cada cliente e operação.

Inteligência Artificial

Outra tendência marcante é a adoção de Inteligência Artificial (IA) nos processos securitários. Algoritmos de IA conseguem avaliar perfis de risco de maneira mais eficaz, resultando em precificação mais justa e competitiva para os seguros. Além disso, a IA tem sido aplicada para automatizar processos internos, desde a subscrição até o atendimento ao cliente e gestão de sinistros, tornando a experiência mais ágil.

Automação

A automação poupa tempo e reduz erros humanos, o que aumenta a confiabilidade nas operações. “A digitalização e a análise de dados têm mudado completamente o seguro de transportes. Hoje conseguimos rastrear e monitorar cargas em tempo real, além ajustar as coberturas de acordo com o perfil de risco de cada cliente”, observa Paola Xavier da Rocha, executiva de vendas da Genebra Seguros.

Paola Xavier da Rocha, executiva de vendas da Genebra Seguros / Foto: Divulgação

Paola Xavier da Rocha, executiva de vendas da Genebra Seguros / Foto: Divulgação

Telemetria avançada

Essas inovações tecnológicas têm impacto direto na forma de gerir riscos no transporte. Soluções de telemetria avançada, por exemplo, permitem acompanhar o desempenho de motoristas (monitorando fatores como velocidade, freadas e tempo ao volante) e até identificar sinais de fadiga, ajudando a prevenir acidentes. No caso de cargas de alto valor ou sensíveis, sensores de IoT monitoram temperatura, umidade e vibração, acionando alertas se algo sair do parâmetro.

Não por acaso, seguradoras que atuam no transporte têm investido em IoT e sistemas conectados para reduzir riscos: sensores embarcados nos veículos monitoram condições de direção e permitem até o bloqueio remoto do caminhão em caso de emergência. Já plataformas de conectividade integradas à telemetria unem informações do veículo ao planejamento logístico, otimizando rotas, economizando combustível e gerando dados preditivos para aprimorar processos. Tal movimento evidencia que a tecnologia tornou-se aliada indispensável para elevar a segurança, eficiência e customização no seguro de transportes no Brasil.

Roubos, custos e mudanças regulatórias pressionam o mercado

Paralelamente à revolução tecnológica, o setor de seguros de transporte enfrenta desafios tradicionais e emergentes que influenciam a forma como as apólices são estruturadas e precificadas. Um dos fatores de maior impacto é o crescimento dos roubos de carga. O Brasil registra índices preocupantes de assaltos a caminhões e cargas, sobretudo nas rotas mais movimentadas. Estima-se que, apenas no último ano, as perdas com roubos de cargas tenham alcançado R$ 1,2 bilhão, dos quais 72% concentrados na região Sudeste.

Reparo e indenização

Outro elemento que pesa na conta é o aumento dos custos de reparo e indenização. Veículos mais modernos e cargas sofisticadas encareceram os consertos em caso de acidentes. Ao mesmo tempo, a inflação dos últimos anos elevou o preço de peças e mão de obra. Diante disso, as seguradoras têm recalibrado suas políticas de subscrição e ajustado os preços das apólices conforme a evolução da sinistralidade de cada segmento de carga.

“O aumento na frequência e severidade de sinistros obrigou o mercado a rever suas bases de tarifação. Hoje, usamos inteligência de dados para precificar com mais precisão, para equilibrar mitigação de risco e custo para os clientes”, comenta Paola Xavier da Rocha. Segundo a executiva, essa análise avançada permite definir prêmios (o valor que o segurado paga) mais justos para cada perfil de transporte, o que assegura a sustentabilidade do negócio sem abrir mão da competitividade.

As mudanças regulatórias recentes também têm moldado o futuro do seguro de transportes no Brasil. Reguladores e órgãos setoriais intensificaram a fiscalização do cumprimento do seguro obrigatório, o que tem ampliado as exigências sobre as transportadores. Em 2023, foi sancionada a Lei nº 14.599 – que atualizou dispositivos do transporte rodoviário, e em 2025 a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou a Resolução (nº 6.068/2025). Essas medidas reforçam a obrigatoriedade de contratação de seguros de responsabilidade civil para transportadoras como condição para emissão ou renovação do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC).

Mercado de seguros inova com soluções ágeis e personalizadas

Diante de um cenário tão dinâmico, corretoras como a Genebra Seguros, têm inovado para atender embarcadores e transportadores de forma mais eficiente. Uma das frentes de inovação é a digitalização completa do processo de contratação e gestão das apólices. Em vez dos trâmites tradicionais em papel ou das cotações demoradas, hoje existem plataformas digitais que centralizam todas as etapas do seguro de carga – da cotação à emissão da apólice, incluindo endossos, faturamento e averbações – em um único ambiente online.

Contudo, outra aposta importante das corretoras é no uso de análise avançada de dados e modelagem de riscos para oferecer soluções sob medida. Tradicionalmente, as apólices de transporte eram relativamente padronizadas, mas hoje os clientes buscam coberturas que reflitam as características específicas de suas operações – seja uma rota diferente, um tipo de carga valiosa ou uma frequência de embarque variável.

Análise de dados e parceria estratégica

Todavia, ferramentas de análise de dados permitem às corretoras avaliar o histórico de sinistros de cada empresa, identificar pontos de atenção (como horários de maior risco ou trechos perigosos) e assim desenhar apólices personalizadas, ajustar limites, franquias e coberturas adicionais conforme a necessidade de cada transportador. “Na Genebra, temos investido em tecnologia para mapear o perfil de cada cliente e montar coberturas sob medida. Isso inclui desde avaliar dados de sinistralidade até utilizar inteligência artificial para prever riscos futuros”, comenta Paola Xavier da Rocha. “Ao digitalizar processos, conseguimos cotar e emitir apólices muito mais rápido. Além disso, o cliente ganha em agilidade sem abrir mão de uma solução personalizada”, acrescenta.

Além da tecnologia própria, corretoras de seguro de transporte têm fortalecido parcerias estratégicas com seguradoras. Essa atuação conjunta tem o intuito de proporcionar produtos inovadores e promover a negociação de condições comerciais mais vantajosas.

A Genebra Seguros, por exemplo, atua em conjunto com grandes seguradoras para oferecer apólices que já incluem serviços agregados. Dentre os quais, assistência 24 horas, monitoramento de viagem e consultoria de gerenciamento de riscos. O resultado são produtos mais completos e competitivos, alinhados às demandas atuais do setor. “Buscamos nos antecipar às tendências e dores do mercado. Ao nos aliarmos a seguradoras inovadoras, conseguimos levar aos nossos clientes soluções diferenciadas, mantendo preços justos e cobertura robusta”, explica Paola.

Perspectivas e impactos na economia

Como se vê, o futuro do seguro de transportes no Brasil está ligado à inovação e à capacidade de gerenciar riscos de forma inteligente. O que não apenas beneficia diretamente as empresas do setor de logística, mas tem reflexos positivos em toda a economia.

Com seguros mais eficientes e abrangentes, transportadores ficam mais protegidos contra perdas e podem operar com mais confiança. Isso reduz interrupções na cadeia de suprimentos e evita prejuízos em cascata no comércio. Por sua vez, embarcadores – indústrias, agronegócio, varejo – conseguem escoar sua produção contando com a rede de proteção financeira do seguro, fundamental num país continental como o Brasil. Ao proteger as empresas contra perdas catastróficas, o seguro de transporte funciona como alicerce para o crescimento econômico. Esse instrumento viabiliza que negócios invistam e ampliem suas operações sem o medo de um sinistro isolado comprometer sua saúde financeira. “O seguro de transportes está se tornando cada vez mais estratégico. Mais do que cobrir sinistros, ele agrega consultoria e prevenção, ajudando a elevar o patamar da gestão de riscos no Brasil”, conclui Paola Xavier da Rocha, da Genebra Seguros.

Comentários

One Comment

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    Yasmin Belhome 5 de setembro de 2025 at 15:54 - Reply

    Adorei o artigo, super esclarecedor! Dá pra ver o quanto você domina o assunto e se preocupa em orientar seus clientes da melhor forma. Sem dúvidas, a melhor vendedora que já conheci, sempre atenciosa e dedicada. Recomendo de olhos fechados! 👏✨

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    Sobre o Autor

    William Anthony

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    William Anthony é jornalista especializado no mercado de seguros, com atuação em diversas publicações especialmente voltadas ao segmento. Com experiência na condução e produção de programas para rádio, televisão e internet, o profissional é fundador do portal de notícias Universo do Seguro.