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Furacão pode ser um dos mais custosos para o mercado segurador norte-americano.

O início do mês de outubro de 2016 foi marcado pelo medo e destruição causados pelo furacão Mathew, que causou prejuízos em Cuba, nas Bahamas, arrasou mais uma vez cidades do Haiti e causou muitos transtornos na costa Sudeste dos Estados Unidos, desde o Sul da Flórida até o estado da Carolina do Norte. Especialistas, como a empresa americana de Gerenciamento de Riscos RMS, chegaram a estimar, enquanto o furacão atingia o estado da Carolina do Norte, que só nos Estados Unidos, o fenômeno poderia causar entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões de perdas em seguros. Deste total, US$ 10 bilhões poderiam ser só relacionados aos seguros de propriedades, de acordo com analistas da JP Morgan.

Após o fim dos efeitos do fenômeno sobre a costa norte-americana, a empresa AIR Worldwide divulgou uma estimativa atualizada de perdas para o setor de seguros em US$ 8.8 bilhões, sendo entre US$ 2,2 bi e US$ 6,8 bi nos Estados Unidos e US$ 600 milhões e US$ 2 bi no Caribe. Em termos comparativos, o furacão Sandy, último grande fenômeno que atingiu o país em 2012, causou US$ 36.9 bilhões em perdas e foi considerado o terceiro mais custoso da história dos EUA.

O furacão que causou maiores perdas para o setor de seguros na história foi o Katrina, que devastou a cidade de New Orleans, no estado Norte-Americano da Louisiana, em 2005. Na ocasião, foram registrados US$ 60,5 bilhões em perdas, segundo dados da Resseguradora Munich Re.

Existe um seguro contra furacões?

Sim, existe! Os seguros de propriedade possuem garantias básicas, que cobrem os prejuízos provocados por incêndio, queda de raio e explosão, mas o segurado pode contratar, à sua vontade, outras coberturas adicionais para proteger ainda mais o seu imóvel. Entre elas estão: roubo, desmoronamento, impacto de veículos, queda de aeronaves, vendaval, furacão, ciclone, chuva de granizo, entre outros.

Ao contratar este seguro, o interessado deve ficar atento ao contrato e pedir orientação para seu corretor de seguros, pois cada seguradora oferece planos com características diferenciadas, que vão da variedade de coberturas até a exclusão de riscos, como seguro para casas de madeira.

“A cobertura para danos decorrentes de um furacão é mais difundida em países com potencialidade para a ocorrência de furacão. Nestes lugares, os bancos exigem o seguro com cobertura para danos por furacão como parte de sua aprovação de empréstimos hipotecários, por exemplo”, explica Aparecido Mendes Rocha, especialista em seguros internacionais.

“As principais coberturas são relativas às perdas e danos decorrentes do furacão, dos prejuízos causados pelo vento e suas consequências, como perdas materiais, pessoais, financeiras, lucros cessantes, interrupção de negócios e de transportes”, continua.

Acredite: há furacões também no Brasil

Você já deve ter ouvido muitas vezes a frase “no Brasil não há furacões”, mas infelizmente, essa afirmação já provou não ser verdadeira. O nome “furacão”, por aqui, é substituído por outros como tornado, ventania e vendaval, mas os prejuízos podem ser tão grandes quanto.

Osvaldo Nakiri, especialista em subscrição, lembra, inclusive, que o Brasil é uma das regiões com mais incidência de vendavais. “Frequentemente há notícias de cidades parcialmente arrasadas por ventos, chuva e granizo, principalmente no Sul e no Sudeste. Lembra do Catarina?”, pergunta ele. Catarina foi um tornado que atingiu a costa do Sul do Brasil em 2004, com ventos de até 176km/h. Os prejuízos causados por ele chegaram a R$ 1,2 bilhão.

Mais recentemente, o estado de Santa Catarina experimentou outros episódios de fúria da natureza. Uma onda gigante, provocada por uma forte tempestade no mar, atingiu duas praias no sul de Santa Catarina, arrastando e assustando banhistas. O fenômeno raro é conhecido como “tsunami meteorológico”.

A tempestade veio acompanhada ainda de fortes ventos, que chegaram a quase 100km/h. Mais de 140 mil unidades consumidoras de energia elétrica ficaram sem luz. Uma criança morreu ao ter o carro onde estava atingido por uma árvore e um lavrador morreu atingido por um raio.

Infelizmente, no Brasil, a cultura do seguro ainda está se desenvolvendo, e muitos proprietários de residências e empresários ainda não percebem o seguro como uma forma de recuperação de perdas em casos de acidentes e até mesmo de fenômenos naturais. “As grandes seguradoras desse nicho devem contratar resseguro-catástrofe para suas carteiras, principalmente se possuírem muitos clientes nas duas regiões com maior incidência de vendavais no Brasil, Sul e Sudeste”, explica Nakiri.

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